Como já comentei em outros ‘posts’, AMO cinema, e em especial os filmes clássicos e os grandes astros e estrelas da época. Nesse ‘post’ o filme escolhido é …

Acho que já deu para notar também que sou fã da maioria das estrelas do cinema, mas admito que tenho uma leve predileção por aquelas que são ícones e Marilyn Monroe encabeça a lista.
Um de seus filmes, que é o meu preferido é o ‘Some Like it Hot’(1959 Metro-Goldwyn-Mayer Studios Inc.), bom, não vou comentar sobre o filme, afinal, é quase uma obrigação para quem gosta de cinema, assistir a esse clássico, e além do mais, o que não falta é a sinopse na net.
Esse post é sobre a participação de M.M. e os acontecimentos paralelos à filmagem relacionados à diva Monroe.
Vamos voltar um pouquinho antes da época das filmagens, em 1957 Marilyn estava casada com Arthur Miller, ela o apoiava na época em que ele tivera problemas com a Justiça (acusado de ultraje ao Congresso), e esforçava-se ao máximo para ser uma boa esposa e se apagar diante do trabalho do marido (como se fosse possível, né? Diva é sempre Diva, ainda mais ela).
Enfim, nessa época os agentes examinavam seus projetos, pois ela estava decidida a não mais interpretar papéis de loura sexy. Até que recebeu a sinopse de duas páginas que Billy Wilder estava escrevendo, de um filme baseado numa antiga farsa alemã de 1932, chamada “As fanfarras do amor’.
Ele propôs a ela o papel de Sugar Kane (um bela cantora que toca ukelelê) numa banda feminina que terá a inclusão de dois homens travestidos para fugir de problemas com criminosos.
Nossa diva não gostou da proposta (novamente uma loura estonteante e ‘bobinha’), mas pressionada influenciada por Miller (com problemas financeiros), aceitou a proposta. Wilder decidiu que as filmagens seriam em P&B para disfarçar a maquiagem de Curtis e Lemmon.
Marilyn não ‘comprou’ a ideia de que sua personagem não reconheceria dois homens travestidos na história, mas “dizem as más línguas, e as boas confirmam” (ouvi esse termo na época da faculdade, dito pelo magnífico A. Bosi) que Strasberg (mestre do Actor’s Studio) a convenceu com alguns argumentos.
No início de julho de 1958, ela desembarcou em Los Angeles com sua ‘coach’/secretária Paula Strasberg, Wilder desaprovava o método do Actor’s Studio, mas como Marilyn fora infectada com o vírus inoculado pelos Strasberg, ele assentia e para facilitar o andamento das filmagens, solicitava colaboração de Paula nas tomadas.
Bem, mas Marilyn ainda discordava de alguns pontos da personalidade de Sugar, pois ela não a queria caricaturar, tendendo a suavizar a personagem, o que não era bem o desejo de Wilder.
Ela era irregular nas filmagens, algumas vezes pontualíssima e finalizando as cenas já na primeira tomada, e outras, muito atrasada, com esquecimento das falas, o que mantinha o clima imprevisível em suas aparições no estúdio.
Mas, ainda assim sua presença era singular e suas sugestões extremamente relevantes, foi dela a ideia do jato de vapor durante sua caminhada exuberante na plataforma da estação, e claro, que Wilder adorou e utilizou dessa sugestão. Uma das cenas clássicas do filme.
Durante as filmagens, Marilyn descobriu que estava grávida novamente, por esse motivo, seu ritmo de trabalho ficou mais complicado (atrasos e necessidade de duas horas para se sentir preparada para as tomadas) e a equipe não ficou muito contente com isso.
Mesmo com esses pontos o filme foi concluído em 06/11/1958 (20 dias de atraso) e ela não foi convidada para a festa de despedida oferecida por Wilder à equipe, no mesmo período, ela foi hospitalizada no Cedars of Lebanon Hospital por esgotamento, medo de aborto ou excesso de medicamentos.
O filme estreou em dezembro do mesmo ano e arrebatou a plateia, infelizmente para Marilyn, ela perdia seu bebê em Nova York, o filme foi um sucesso absoluto e com alta rentabilidade ao estúdio. E enquanto todos se divertiam com o trabalho dela, Marilyn perdia mais uma vez o filho tão desejado.
Ela atribuiu o aborto ao marido e Wilder que fora rude com ela durante as filmagens, ele por sua vez, de modo sarcástico disse que filmar com Marilyn o fazia ter vontade de bater na esposa, somente por ela ser mulher.
Marilyn reagiu violentamente a essas declarações e se apoiou no marido para que tais insultos fossem respondidos.
Bem, o filme é uma verdadeira obra-prima, com suas ambiguidades e caricaturas de homens e mulheres, é feito com tanta graça e excelência que é impossível imaginar as tensões que se sucederam no seu desenvolvimento.
A cena final é um show à parte, a última fala “Nobody is perfect!” é tão inesperada quanto necessária para todo o enredo e proposta do filme. Não entrarei nas questões filosóficas, poéticas ou de meus devaneios sobre o filme (esse post está enorme … kkk).
Marilyn contribuiu muito para o sucesso do filme, que ganhou alguns Oscars, mas ela ficou de fora
(e abalou-se por isso), recebendo somente a indicação
para o Golden Award de melhor atriz.


Sobre o filme:
- Produção e Direção: Billy Wilder; Roteiro: Billy Wilder e I.A.L. Diamond; Filme: Ashton; e Apresentação: Mirisch Company.
- Elenco Principal: Marilyn Monroe, Tony Curtis e Jack Lemmon.
- Oscar 1960 (EUA) Venceu na categoria de melhor figurino, com 5 indicações, nas categorias de Melhor Diretor, Ator (Jack Lemmon), Direção de Arte (P&B), Fotografia (P&B) e Roteiro Adaptado.
- Globo de Ouro 1960 (EUA) Venceu nas categorias de Melhor Filme, Ator - Jack Lemmon e Atriz -Marilyn Monroe (Comédia/Musical).
- BAFTA 1960 (Reino Unido) Venceu na categoria de Melhor Ator Estrangeiro (Jack Lemmon), com indicação na categoria de Melhor Filme de qualquer origem.
No ano 2000, o ‘American Film Institute’ classificou ‘Some Like It Hot’ como o grande filme de comédia. “Uma das maiores comédias do cinema de todos os tempos.” (The Motion Picture Guide).

Fontes: Marilyn retrato de uma estrela, Marie-Magdeleine Lessana.
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