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segunda-feira, abril 11, 2011

Mulher-Gato: A Boa Vilã?

Gosto muito de HQs até hoje e tenho algumas personagens* preferidas no mundo Marvel e DC. Uma delas é a Mulher-Gato, personagem que é totalmente verossímil**, afinal, NÃO tem nenhum poder sobre-humano e ainda assim dá trabalho para o Batman (sem o cinto de utilidades, fica na mesma situação).
 
Esse post será voltado para quem também gosta de HQs e em especial dessa personagem, então, vamos lá:
A personagem surgiu na revista Batman #1 (1940), denominada como ‘The Cat’ e não possuía um uniforme especial para se caracterizar como fico conhecida. Surgiu como ladra inescrupulosa e Batman sempre foi mais tolerante, acho que daí que surgiu essa tensão sexual entre as personagens.
Bob Kane e Bill Finger foram os responsáveis pelo desenvolvimento de seu visual e nome, sendo posteriormente batizada como Selina Kyle, proprietária de Pet Shop, que um belo dia, decidiu se tornar uma ladra (deu a louca, sabe? rsrs), e devido sua predileção por felinos, optou pelo codinome de Mulher-Gato.
 
Seu figurino e layout foram evoluindo com o tempo, inicialmente, ela trajava um vestido de seda e usava de um chicote como arma, tornando-se uma das personagens mais sensuais e populares da história dos quadrinhos (claro que vestido de seda é sempre a melhor opção para escaladas e outras atividades radicais rsrs).

Nas HQs é preciso lembrar que as personagens femininas ganham roupagem erótica. Formas avantajadas, roupas minúsculas e um ar provocante já fazem parte dos adereços de uma infinidade delas (Cá entre nós, só com muito silicone e lipo para chegar nisso, né?).

 
Enfim, a partir daí, foi considerada uma das personagens mais importantes e valorizadas no mundo do Homem-Morcego, arrebatando inúmeros fãs pelo mundo (incluo-me).
 
Seu grau de vilania é variável (talvez seja influenciada pela TPM, hihi), mas gosta de descumprir a lei e infernizar a vida do Batman, entretanto, já o ajudou certas vezes.
 
Em todos os meios em que surgiu, sempre como ladra/vilã (HQs, cinema, séries, desenhos animados) sua origem difere, já exerceu diversas profissões (aeromoça, prostituta na versão de Frank Miller*, micro-empresária e outras), com algumas diferenças na aparência com o passar dos anos, mas seu modo ‘felino’ e atração por Batman não mudam.
 
Essa personagem não é altruísta, so ‘faz a coisa certa’ se for por interesse próprio, para atender suas necessidades, é também sofisticada, vingativa e perigosa.

A Mulher-Gato com sua nova parceira (ou seria, gatinha prodígio rsrs), por Tony Daniel (2010).

*termo pode ser usado tanto no masc./fem., cf. Moderna Gramática Portuguesa, BECHARA, Ivanildo.
**(exceção de sua forma física nos HQs, pois para isso só a genética e natureza não basta, palavras de uma mulher de 1.80 rsrs)
*** Frank Miller reformulou a origem e layout da personagem em DK2, a continuação do famoso The Dark Knight Returns Cavaleiro das Trevas, ela surge como uma prostituta de cabelos curtos, num figurino dominatrix.  É importante ressaltar que ele revolucionou a visão das HQs com sua obra. Na década de 80 a publicação foi escrita e desenhada por ele, que alcançou fama mundial, trazendo novos olhares sobre Batman e à indústria dos quadrinhos.
Sua obra contribui para a introdução da era de quadrinhos adultos no mundo fantasioso dos super-heróis, chamando a atenção da mídia para o gênero, com formato do impresso diferencial na época.
Batman é retratado como uma personagem deveras obsessiva e poderosa, sendo essa obra muito influente, pois a sua representação sombria e obsessiva é bem aceita nos projetos relacionados ao homem-morcego sempre com algum grau de intensidade.

As mulheres-gato da TV e do Cinema
Na década de 60, surgiu o Batman TV Series, Julie Newmar representou a personagem (1966-1968), sendo substituída no filme Batman The Movie (1966) pela ex-miss américa Lee Ann Meriwether e nos últimos episódios da série pela cantora Eartha Kitt (primeira atriz negra que representou a personagem).
 
Nessa série foi consolidado seu status de símbolo sexual, ascendendo ao pedestal de ícone da cultura pop da época, e junto a onda feminista vigente, tornou-se mais sexy, dominadora e astuta.
Curiosidade: No Brasil, esse filme foi traduzido como Batman O Homem-morcego (traduçãozinha hein?).
Dessa forma, preciso utilizar do provérbio latino que diz: “Tradutore traditore”, principalmente na tradução feita para a série de TV Birds of Prey (2002) exibida pelo SBT no ano seguinte, com o nome de Mulher Gato (WTF???).
 
Detalhe: Nessa série a (ex-) mulher-gato foi assassinada pelo Coringa e teve uma filha com o Batman, chamada Helena. Bem, a série foi inspirada na HQ homônima da DC Comics. E realmente, um sacrilégio essa tradução.
 
Em Batman Returns (1992) de Tim Burton, Michelle Pfeiffer vestiu o modelito justo (versão Sex Shop rsrs). A versão loira (bastante incomum para a personagem), mas teve uma história tão bem construída e interpretada que os fãs, relevaram.
 
No filme Catwoman (2004), Halle Berry interpretou a personagem nesse filme que sem dúvida foi um banho de água fria aos executivos da Warner, mas, era esperado não emplacar, afinal, mudaram a origem da personagem muito radicalmente, sumiram com o Batman, não tinha um vilão forte para ser o antagonista.
Eu particularmente, acho que a culpa desse fiasco não foi da atriz, mas sim, do roteiro fraco, afinal, é muito difícil sustentar essa personagem não apresentando nenhuma menção ao Batman. Sem contar o estilo de luta (à moda Matrix/O Tigre e o Dragão), a descoberta do terrível segredo na indústria de cosméticos, aquele lance de deus-gato e a força para se vingar de seus antigos empregadores (ação trabalhista seria mais verossímil… hahaha)… pelamor, né?
 
Aos fãs de Comics/HQs é quase uma máxima, mas toda a adaptação de personagens que não foi fiel à sua origem fracassou. É complicado mudar propostas testadas e consagradas nas páginas das HQs, é preciso ser muito convincente e ter um roteiro muito bom para isso.
Bom, agora é só esperar para ver quem será a próxima Catwoman do cinema, afinal, ela sempre ressurge, como uma boa vilã, se tiver bom senso.
Complemento, Anne Hathaway foi a escolhida para a próxima versão da gata no cinema, a curiosidade agora será aguçada, pois como será o estilo dela agora, hein? Enfim, uma montagem que esteve rolando na net em 2011.
Anne
Eis a imagem oficial:

Fontes (conteúdo detalhado):
Lábios vermelhos

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