Olá! Com a Páscoa chegando, muita gente aproveitará o momento de liberdade chocólatra para se deliciar com diferentes tipos de chocolate, industrializados, caseiros, gourmets (sempre com chocolate nobre importado ou algumas marcas nacionais específicas) e finos (atualmente, algumas linhas Premium de chocolate nacional e novamente os importados com mais de 40% de sólidos de cacau).
Então, acho que é um bom momento para deixar aqui no blog um registro sobre a diferença do chocolate e as coberturas de chocolate (fracionadas e hidrogenadas). Porque temos aqui três itens diferentes que vale a pena conhecer.
Então, acho que é um bom momento para deixar aqui no blog um registro sobre a diferença do chocolate e as coberturas de chocolate (fracionadas e hidrogenadas). Porque temos aqui três itens diferentes que vale a pena conhecer.
Chocolate: aqui no Brasil possui 25% ou mais de pasta/massa de cacau, independentemente de sua saborização, e nas quatro versões básicas se dá uma variação da quantidade de massa de cacau, manteiga de cacau, açúcar e leite. Vale lembrar que o “chocolate” branco não possui massa de cacau, sendo basicamente feito com 100% de manteiga de cacau e não outra gordura vegetal, já comentei em post anterior, lembra?
É esse o chocolate recomendado para alta qualidade em ovos de páscoa, bombons, trufas, brigadeiros, recheios e por aí vai. O chocolate PRECISA do processo de TEMPERAGEM para adquirir boa textura, ficar brilhante e se solidificar corretamente, em cascas, barras e formas moldadas. Futuramente, postarei sobre isso, ok?
Agora, voltando à diferença, para quem já comeu algum chocolate e sentiu um gostinho estranho, gorduroso no céu da boca, eu costumava dizer quando criança, que o chocolate estava ‘sebento”. rsrs (sou apreciadora de bons chocolates há muito tempo, meu pai me achava uma “xaropinha” divertida em relação ao chocolate, afinal, não conseguia me enganar).
Bem, nesse caso é preciso esclarecer que se tem o conhecido chocolate fracionado ou hidrogenado, pois a composição tem menos de 25% de teor de cacau, então, oficialmente não é chocolate, e sim, uma “cobertura sabor chocolate”, e já são classificados assim pelas empresas do ramo. Para aqueles que como eu já compram quilos de chocolate em lojas de confeitaria, já se depararam com embalagens de mesma marca, com indicações diferentes, uma como CHOCOLATE e a outra como Cobertura de Chocolate (Fracionada/Hidrogenada).
Como a própria embalagem indica, seu uso é mesmo para cobertura, ou seja, formar casquinas para trufas ou pão de mel, por exemplo (onde o sabor principal é o recheio, mas ainda assim faz diferença no resultado final), ou para enfeites que não derretam facilmente, pois tem durabilidade maior no calor, já que a manteiga de cacau é substituída por outras gorduras vegetais.
Vale ressaltar que o CHOCOLATE é o único alimento do mundo que derrete exatamente à temperatura do corpo (a manteiga de cacau derrete a 36º C, por isso que um bom chocolate derrete na boca), já as coberturas demoram mais para derreter e eis o motivo do sabor da gordura ficar mais evidente, no caso de sua utilização para chocolates maciços ou cascas.
As coberturas devido a esses detalhes são mais simples de trabalhar, porque não precisam de temperagem, embora, algumas precisem de uma certa temperatura para derretimento, conforme descrito em suas embalagens.
Ah, tem mais, mesmo essas coberturas sendo compostas por gordura vegetal hidrogenada, têm sim diferenças entre si e são elas:
- Cobertura Fracionada: sofre um processo que quebra/fraciona as moléculas de gordura e tem ponto de derretimento próximo ao do chocolate, valorizando seu sabor e textura.
- Cobertura Hidrogenada: tem maior resistência ao calor, sendo útil em locais muito quente, na exposição e transporte.
Entretanto, voltando ao chocolate ‘nobre’, a temperagem correta é uma habilidade fundamental, pois do contrário, após o derretimento ele fica mole, esfarelado, talhado, opaco e também menos saboroso.
Após derretido, o chocolate na forma líquida esfria e volta a se solidificar, mas de modo descontrolado onde as gorduras presentes na manteiga de cacau começam a misturar os cristais em tamanhos e formas variadas, tornando a superfície do chocolate matizada e opaca.
Há diferentes métodos de realizar a temperagem que são: banho-maria frio, por difusão e profissional (na pedra de mármore/granito). É importante dizer que o termo “difusão” é utilizado, porque pequenos pedaços de chocolate sólido são misturados vagarosamente ao chocolate derretido para incorporação dos cristais/partículas da manteiga de cacau, sendo crucial a manutenção da temperatura correta.
Obs.: Os cristais se separam no derretimento e a temperagem é feita para que esses cristais se juntem novamente, e assim a superfície do chocolate fica brilhante.
Importante: A correta temperagem demanda disponibilidade de tempo, paciência e temperatura ambiente correta, os três itens primordiais para o bom andamento do processo, viu?
Bem, é isso, agora… que venham os ovos de Páscoa. rs
Beijos,
Fontes:
- Revista Receita Certa Chocolândia – Edição 15
- Aventuras com Chocolate, Paul A. Young – Ed. Marco Zero